sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Conseguirá o papa reconquistar a Europa? – Leia artigo do Guardian

Papa visa aliança para fortalecer o catolicismo no mundo
Em 21 de setembro de 2010, Bento 16 declarou oficialmente que o Ocidente precisava de uma “nova evangelização”. A declaração, uma notícia por si só, foi vista como reconhecimento da fraqueza da Igreja Católica, e uma fraqueza que não é temporária; e como reconhecimento de que o catolicismo de hoje representa uma minoria nos países ocidentais, uma minoria que vem encolhendo.
Mas, sob uma perspectiva mais geral, esse foi um passo “geo-religioso” importante para o pontífice.
O papa está convencido da relação estratégica entre o cristianismo e a Europa como sendo seu terreno geográfico e cultural natural de proselitismo. E ele quer que essa relação seja reafirmada e aprimorada.
Quando, em junho de 2010, Bento anunciou seus planos para um novo ministério para revigorar a religião, não foram divulgados detalhes sobre sua estrutura, conteúdo e metas.
Não havia segredo: o Vaticano sabia que precisava lidar com esse problema com urgência, mas ainda não calculara como concretizar essa missão. Bento 16 simplesmente sentia que era preciso fazer alguma coisa muito radical.
Agora, um ano depois de sua criação, o conselho pontifical para a promoção da nova evangelização representa uma referência importante para medir a capacidade do Vaticano de reconquistar alguma influência naquela que foi no passado a “sua” Europa.
CATOLICISMO OCIDENTAL
As coisas estão avançando em termos da organização e mobilização do catolicismo na Europa. Sob a orientação de um bispo dinâmico, Rino Fisichella, ex-reitor da Universidade Lateranense, do Vaticano, foi planejada uma rede de reuniões e iniciativas.
Mas o maior desafio é elaborar um mapa do catolicismo ocidental, identificar suas dificuldades e checar a estratégia instaurada, para avaliar seu êxito. O que a Igreja Católica está enfrentando, na realidade, é principalmente uma dificuldade cultural, não religiosa.
Ela é obrigada a lutar contra o inimigo escorregadio que o Vaticano vê como sendo “a supremacia dos fragmentos”: uma abordagem cultural que tende a isolar e dispersar as sociedades ocidentais, e, por conseguinte, os católicos –uma espécie de “relativismo de base”.
A primeira tarefa que Fisichella determinou para ele mesmo e seu ministério tem sido a de lembrar que o “catolicismo faça-você-mesmo” não á uma solução para a crise da fé. Pelo contrário –representa um perigo grande.
Ele é visto como a resposta errada para se enfrentar os tempos modernos e adaptar-se a eles. A receita católica consiste em seguir os ensinamentos do papa e das conferências episcopais e reunir um “Exército” católico enfraquecido e desorientado pelo secularismo, atingido dolorosamente pelos escândalos de abuso sexual e a concorrência do cristianismo evangélico e do islã.
VISITA
Mas como? A controvérsia com que Bento 16 se deparou em sua visita à Alemanha constitui outro sinal de perigo. A visita foi precedida por um livro sobre a descristianização da Alemanha: “Gesellschaft ohne Gott” (Uma sociedade sem Deus), do sociólogo Andreas Puttman. “A implosão religiosa terá dimensões enormes no longo prazo”, escreve o autor.
Ademais, o jornal do Vaticano “Osservatore Romano” observou em 20 de setembro que hoje há mais muçulmanos praticantes que católicos praticantes na França. Geopolítica e religião não parecem andar de braços dados na Europa. A premissa do Vaticano de que, sem o catolicismo, o Ocidente está fadado a declinar, não é tão largamente compartilhada quanto pode parecer.
Outra fonte de desentendimentos é a desconexão entre o Vaticano e vários governos europeus quanto ao tratamento dado aos escândalos de abuso sexual.
A construção de uma rede católica e do projeto “Missão Metrópole”, previsto para organizar uma data religiosa unificadora em 12 grandes cidades europeias em 2012, parece ter por objetivo mostrar que a força ainda existe: é preciso apenas reunir e reorientar as forças. “Identidade” é a palavra chave.
Mas qual identidade? A Europa de hoje parece ser a pátria não de um catolicismo unido, mas de católicos que pertencem a tribos nacionais diferentes. Isso pode representar uma grande oportunidade ou um obstáculo persistente.

TRADUÇÃO DE CLARA ALLAIN MASSIMO FRANCO DO “GUARDIAN”

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A história de Neemias - lições de um reavivamento bíblico / Gerald A. Klingbell

Aquela tinha sido uma época de profunda escuridão para o povo de Deus. Com Jerusalém em ruínas, o Templo destruído e a maioria do povo exilado na Babilônia, parecia não haver esperança para tal situação. Deus, porém, fez o impossível. Babilônia caiu e o novo superpoder da Medo-Pérsia permitiu que o povo de Deus retornasse ao lar – a Terra Prometida – em um segundo êxodo. O Senhor “despertou o espírito de Ciro” (Ed 1:1),* o rei persa. E quando Deus move um coração, quem pode deixar de responder?

Início Difícil
Com base em documentos extrabíblicos, listas de nomes, selos e outras inscrições, estudiosos calculam que as aproximadamente 50 mil pessoas (Ed 2:64) que retornaram com Zorobabel representavam somente um pequeno número dos judeus que então viviam no Império Medo-Persa.1
Muitos estavam estabelecidos e não queriam mudar-se de lá. As prestações de suas casas já estavam quase completamente quitadas. A vida sob o novo governo era boa, seus filhos podiam frequentar ótimas universidades, e o que poderiam esperar encontrar se eles retornassem? Uma cidade destruída, campos abandonados, vizinhos não amigáveis e um lugar perigoso localizado na borda do império entre o Egito e a Mesopotâmia.
Quando lemos os primeiros capítulos do livro de Esdras, reconhecemos imediatamente a grandeza da tarefa e os muitos problemas (veja Ed 3-7). Contudo, um olhar mais atento sobre a questão revela que o problema era maior do que uma cidade destruída e a grande oposição vinda de fora. O profeta Ageu diz que os que estavam retornando tinham um problema espiritual: eles tinham prioridades distorcidas, mundanismo, egoísmo – e logo tiveram que reconhecer que, se não pusessem o mais importante em primeiro lugar, seus esforços seriam em vão (Ag 1:2-11).

Neemias entra em cena
A Bíblia narra que o Templo foi por fim reconstruído cerca de 20 anos após o retorno do exílio e que a comunidade judaica comemorou sua primeira Páscoa (Ed 6:13-22). A partir de então, contudo, há um silêncio de muitas décadas.
Saltamos para o ano 445 a.C., aproximadamente 70 anos depois da reconstrução do Templo, e Jerusalém enfrenta dificuldades.
Neemias, um oficial de alto escalão da corte persa, recebe as más notícias sobre Jerusalém, e em uma das grandes orações da Bíblia, apresenta ao Senhor sua angústia (Ne 1:1-11). Ele confessa seus pecados e os do povo, mas também clama pelas promessas divinas de renovação e transformação (versos 8, 9).
Enquanto ora, reconhece que ele não é apenas parte do problema (veja sua confissão), mas necessita ser também parte da solução de Deus.
Ainda em oração, com coração temeroso e joelhos trêmulos, Neemias se dirige a seu chefe, que é inclusive um monarca absoluto cujo simples ato ou palavra é suficiente para exterminar a vida de alguém em um instante.
Deus opera outro milagre e Neemias deixa a Pérsia, ocupando um cargo oficial do governo, com poder outorgado pelo rei persa. Com esse apoio, tem o que necessita para fazer as coisas acontecerem. 

Reavivamento em Jerusalém
Jerusalém está desprotegida, seus muros destruídos e abandonados, seus vizinhos hostis zombando dela.
Neemias inspeciona as ruínas em uma operação secreta noturna (Ne 2:11-16) e então começa a trabalhar. Contudo, percebe que essa grande obra requer uma comunidade e, ao descrever para a corte persa a bênção recebida pouco antes, Neemias convida os líderes para que se unam à grande obra de reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 2:17-20).
Você sabe como era a determinação de Neemias. Nada e ninguém vai impedi-lo; e, para a glória de Deus, os muros de Jerusalém foram reconstruídos em tempo recorde (veja Ne 3, 4, 6, 7).
Mas reavivamento e reforma não se tratam somente de ação. É necessário voltar aos fundamentos. Ao continuarmos na leitura da história de Neemias, testemunhamos uma grande assembleia pública em Jerusalém durante o sétimo mês.2 Esdras, o sacerdote, reaparece na história e lê a Torá, a lei, muito provavelmente o Pentateuco (Ne 8:1-3), revezando com outros levitas. Todos ouvem por horas – a capacidade de concentração devia ser maior naqueles tempos.
Uma das palavras-chave desse encontro de reavivamento é entender, que aparece seis vezes (8:2, 3, 7, 8, 9, 12) ao longo do capítulo. Homens e mulheres, jovens e idosos entenderam que sua vida não estava em harmonia com a Palavra de Deus. Eles choraram e lamentaram tanto (Ne 8:9) que Esdras e Neemias precisaram relembrá-los sobre o poder da graça de Deus. Neemias enfatizou que a alegria do Senhor era sua força (Ne 8:10), assim como é nossa também.

O Que Podemos Aprender?
Algo importante aconteceu naquele dia em Jerusalém: naquele reavivamento as pessoas perceberam que Deus e o pecado não andam juntos; e isso resultou também em relações transformadas entre os membros da comunidade pós-exílica. Estas são algumas lições que podemos extrair do reavivamento de Neemias:

1. O reavivamento não é um evento que acontece uma só vez, mas é uma decisão constante e consciente. Lemos a respeito de outros reavivamentos na comunidade pós-exílica (ex. Ed 3 e 10) e antes disso temos muitos exemplos de reavivamento em épocas anteriores. O reavivamento precisa ser um compromisso diário.

2. O reavivamento deve estar baseado nas Escrituras, e não em emoções e música de fundo adequada ou dinâmica de grupo. Quando o povo de Deus se depara face a face com a revelação divina, olha no espelho da Palavra de Deus e reconhece quem realmente é (sim, somos pecadores), o reavivamento acontece.

3. O reavivamento entre o povo de Deus envolve uma comunidade: homens e mulheres, jovens e velhos, ricos e pobres – todos se uniram para ouvir a Palavra – e responderam como comunidade. Mesmo que seja verdade que o reavivamento pessoal é um compromisso diário, há momentos-chave na vida de uma igreja em que a força propulsora do reavivamento pessoal é o que leva ao reavivamento do grupo.

4. O reavivamento não está focado no líder.  Sim, Neemias e Esdras foram líderes fortes e se importaram muito com Jerusalém e seus problemas. Mas conseguiram ir adiante somente quando os outros entenderam e assumiram o mesmo propósito. Eles conduziram, mas não geraram o reavivamento.

5. O reavivamento tem uma visão ampla e evita distrações externas. Tenho certeza de que os inimigos de Jerusalém queriam que a cidade se concentrasse em seus problemas. No entanto, em vez disso, a comunidade de fé dirigiu sua atenção à Palavra de Deus e à Sua mensagem para aquele momento. 

Restaura-nos, ó Deus!
Você sente necessidade dessa renovação pessoal em sua vida espiritual? O seu tempo dedicado às Escrituras e à oração anda limitado pelos muitos compromissos (por bons que sejam) e agenda cheia? A história de Neemias, ainda que pessoal, é de grande alcance. Ele deve ter lido com frequência nos Salmos sobre esse Deus restaurador: “Restaura-nos ó Deus! Faze resplandecer sobre nós o Teu rosto, para que sejamos salvos” (Sl 80:3).
E Deus realmente fez resplandecer Seu rosto sobre Seu povo – e está pronto a fazê-lo novamente.

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
1 Veja Laurie E. Pearce, “New Evidence for Judeans in Babylonia”, em Judah and the Judeans in the Persian Period, ed. Oded Lipschits e Manfred Oeming (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2006), p. 399-412, e a bibliografia complementar lá presente.
2 O mês sétimo do Antigo Testamento, que corresponde a setembro/outubro do nosso calendário, é importante no sistema religioso judaico. Três eventos significativos acontecem nesse mês: a Festa das Trombetas (Lv 23:24), o Dia da Expiação (Lv 23:27) e a Festa dos Tabernáculos (Lv 23:34). Trata-Trata-se realmente de um mês de reavivamento e reforma.

Gerald A. Klingbell é editor associado da revista Adventist World e vive com sua esposa Chantal e três filhas em Silver Spring, Maryland, EUA.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pará receberá nova obra de Niemeyer


O Pará vai receber a segunda edificação projetada por Oscar Niemeyer, ícone mundial da arquitetura moderna. Desta vez, ao invés de um monumento retratando um marco histórico do Estado, como no caso do Memorial à Cabanagem, Niemeyer concentrou a criatividade na elaboração de um projeto para a construção de um templo da igreja Adventista do Sétimo Dia. A obra não tem data certa para iniciar. Segundo a diretoria da igreja, o início da construção deve ficar para 2012, já que ainda estão sendo realizados alguns estudos de solo, levantamentos cartográficos e outros detalhes iniciais.

O projeto está incluído no livro “As igrejas de Oscar Niemeyer”, recém-lançado pelo arquiteto de 102 anos de idade e ainda na ativa. A obra reúne os projetos que Niemeyer fez de templos religiosos, uma parcela importante de sua vasta obra. Através de imagens e desenhos de 16 catedrais, igrejas e capelas: católicas, ortodoxas, batistas, adventistas e até mesquitas (executadas ou não), o leitor viaja pelo universo curvilíneo do ateu convicto e comunista, que ainda assim se rendeu aos encantos da arquitetura religiosa.

Para o pastor Leonino Barbosa, presidente da União Norte das Igrejas Adventistas, ter uma obra assinada por Oscar Niemeyer significa uma conquista para a população paraense. “Após a conclusão da obra todos terão acesso ao templo, é um ganho para todos, principalmente da comunidade que mora no entorno do local. Eles terão a oportunidade de entrar em contato com a obra do maior arquiteto do país, reconhecido mundialmente”, destacou.

O templo será construído em Paricatuba, no município de Benevides, Região Metropolitana de Belém, no terreno onde está localizada a Faculdade Adventista da Amazônia. Fazem parte do livro de Niemeyer também projetos que serão feitos fora do Brasil, como a mesquita em Argel, capital da Argélia, e a capela em Potsdam, na Alemanha. Outro destaque da obra é o recente projeto para o Brasil, a Catedral do Cristo Rei, em Belo Horizonte.
 
A arquiteta Ana Perlla considera a criatividade de Oscar Niemeyer sua maior qualidade. “Ele foi pioneiro em muitas coisas, desde o projeto idealizado por ele no Distrito Federal, até os grandes templos religiosos”, disse. Para ela, o arquiteto já trabalhava a ideia de sustentabilidade mesmo antes de o conceito existir. “É perceptível na obra dele a preocupação com o verde. Ele idealizou jardins suspensos, espaços para arborização e paisagismo. É um verdadeiro ícone”, completou. 

Fonte: (Diário do Pará)


OSCAR NIEMEYER PROJETA TEMPLO DA IASD DA FAAMA

Deus tem feito grandes obras por diferentes meios. Um deles foi à planta feita por Oscar Niemeyer, para o tempo da Igreja Adventista do Sétimo na Faculdade Adventista da Amazônia.

Para o administrador financeiro da FAAMA, professor Juliano Almeida, esse feito é a prova que Deus está no controle da Obra Dele na terra. “Esse projet otem sido idealizado durante os últimos anos, mas tivemos essa excelente notícia. Glórias sejam dadas a Deus! Esperaremos com grande expectativa este templo no Coração da Amazônia”, declara. 

planta foi entregue para os adminstradores da FAAMA, no últmo sábado ( 13 ), trazida pelo pastor e doutor Rodrigo Silva. Segundo ele será uma igreja linda. “Quando ouvi a descrição pude imaginar a beleza que terá esta igreja. Passei um dia na USP e fiz questão de anotar a seguinte declaração deNiemeyer: "Continuo ateu, mas ultimamente sinto-me inclinado a fazer igrejas". Agora uma Igreja Adventista”, informa. Em breve será disponibilizado algumas imagens de como será o templo da IASD na FAAMA. 

 


Associação Baixo Amazonas tem novo departamental de Publicações

A comissão diretiva da Associação Baixo Amazonas (ABA) nomeou esta semana o pastor Fábio Novaes como Departamental de Publicações do campo. A nomeação ocorreu devido ao chamado do Pastor Cícero Rodrigues para atuar na Associação Maranhense, em São Luis. “Fiz o meu melhor, mas sei que ainda há muito que fazer, pois a ABA é um campo que se supera a cada ano. Deixo meu agradecimento por tudo que esse campo representou para nosso ministério”. 
O novo departamental Fábio Novais Soares é natural de Belo Horizonte–MG, graduado em Teologia Bíblica pelo Seminário Latino-Americano de Teologia (SALT-IAENE) em 2004. Iniciou seu ministério em 2005 na Associação Sul do Pará como Pastor Distrital. Em 2007 foi chamado para assumir o Departamento de Publicações da Missão Sul Maranhense onde trabalhou até agosto de 2011. É casado com Alessandra Fick Kil Novais e têm dois filhos Caio Kil Novais e Kauã Kil Novais. “Pra mim é um privilégio, fico feliz por esse chamado e peço a Deus que me abençoe nesse novo desafio”, declarou pastor Fábio Novais.